Trabalhei em fábricas, fazia picolé para meu irmão vender na rua, fazia as unhas das vizinhas. Mas o que eu gostava mesmo era brincar de ESCOLA. Tinha alunos imaginários e concretos, dava aula para os vizinhos e para as crianças na igreja.
Já estava com 17 anos quando nos mudamos para São Cristóvão. Mas eu voltava lá todos os dias, pois fui convidada a lecionar na “Sede dos Moradores” daquela comunidade.
Que desafio, recebi 64 alunos de 4 aos 12 anos de idade. O que não me assustou nem um pouco. Aprendi a amá-los muito rápido. O vínculo afetivo foi a ponte para a nossa relação. Como lidar e “ensinar” crianças de faixas etárias tão diversas? Empiricamente experimentava realizar atividades diversificadas para alcançá-los em suas diferentes necessidades. Piaget e Vygotsky eram meros desconhecidos, mas eu já era interacionista e não sabia. Enfim, esse foi o começo pedagógico de minha vida. Em seguida, fiz o Normal no Instituto de Educação e aos 19 anos já estava lecionando numa grande escola na Tijuca, onde fiquei por 8 anos. Fiz a primeira graduação em Letras na UFRJ.
O chamado estava cada vez mais forte e sonhava em ter a minha própria escola, o que aconteceu em 1983. Nessa ocasião fiz Pedagogia para obter a habilitação como diretora. O ESIL (Espaço de Sinergia, Inteligência e Labor) já nasceu como uma escola alternativa. Uma escola para pensar. Cresceu, passou a ser reconhecido como um espaço científico. No entanto a crise chegou em 1993 e descobri que precisava aprender sobre Gestão e Sustentabilidade do meu negócio. Fiz um MBA em Qualidade e uma Pós Graduação em Didática do Ensino Superior. Com essas duas especializações e já com 35 anos de idade, passei a alçar novos vôos, trabalhando com Educação para a Qualidade. Fundamos a DDG-Educação e Consultoria e segui, ministrando palestras, cursos e consultorias em grandes e pequenas empresas. Tudo isso me levou a um Mestrado em Engenharia de Produção na COPPE/UFRJ, onde o meu foco de pesquisa era pensar o quanto a aprendizagem significativa poderia contribuir com a administração de mudanças nas organizações por meio de um processo de EDUCAÇÃO CORPORATIVA. Enfim, esse era o meu chamado como educadora. Pensar na aprendizagem de "gente pequena" e "gente grande", em organizações educacionais e não educacionais. A partir daí assumi dois focos em minha vida: GESTÃO & EDUCAÇÃO. Gestão para educação e Educação para a gestão.
Hoje, aos 51 anos de idade, ainda sinto a força do meu chamado. Dirigindo duas instituições de ensino em plena crise econômica, Professora em cursos de pós graduação, treinamentos empresariais e em instituições educacionais, consultorias, escrevendo um material aqui outro ali, mãe, esposa, mulher, serva de Deus.
Enfim, Deus me chamou para Educar e sei que a minha corrida para o aprendizado acabou de começar.... a força do meu chamado me renova a cada dia, os obstáculos são muitos, mas com fé sincera e planejamento responsável, me reposiciono sempre que necessário para cumprir o propósito de Deus para a minha vida. E se é para EDUCAR, que se EDUQUE com dedicação. Eis-me aqui.
Que refelxão linda de sua história de vida.Você é muito inteligente e gosto demais de ouvir você.Gostaria de ser igual a você.
ResponderExcluir